Sim é assim que me deixas, quando fazes vir ao de cima tudo o que eu já tinha escondido com tanto esforço. Deixas-me com noites em branco, com pensamentos suspensos, com perguntas minhas sem respostas tuas. Deixas-me com um aperto no peito, com um nó na garganta que me sufoca até eu ceder e desatar a chorar. Chegas e reclamas o teu lugar, que no fundo nunca deixou de existir. E eu? Que lugar é que posso reclamar se nem sei se alguma vez me pertenceu? Deixas a minha vida numa confusão autêntica, que ninguém consegue organizar, nem mesmo eu. E lá fico eu assim, madrugadas inteiras a olhar em vão e com um turbilhão de perguntas e (supostas) respostas a invadir-me o pensamento. É mesmo assim, mas lá está, quando é que não foi? A tua sorte é que parece que nunca me canso de ti. Sim, porque desta situação já me cansei à muito, apenas não a consigo mudar. Já me disseram que consegues o que mais ninguém consegue, deixares-me (in)feliz e inconstante. Começo achar que têm mesmo razão.