Hoje perguntaram-me por alguém e reagi estranhamente ao nome que pronunciaram. Parecia que não soava bem e que tinha perdido a noção de quem se tratava. Foi preciso repetição para me aperceber que era por ti que perguntavam e era o teu nome aquele que tão estranho me tinha soado. Respondi um 'nada' que nem percebi bem se respondia ao que tinham perguntado ou não. Fiquei a pensar no bloqueio total que o meu cérebro criou em relação a ti para me proteger. Um bloqueio tão grande que só hoje me apercebi o quanto falar de ti começou a soar-me estranho. Percebi também que tal estranheza se devia a uma missão cumprida. A missão de me afastar de tudo o que a ti dizia respeito e a ti me ligava. Quando me desembrulhei dos meus pensamentos, percebi que a conversa tinha começado para continuar e rapidamente tratei de mudar de assunto. É que sabes? Também me apercebi o quanto é triste falar de ti sabendo que um dia já foste tudo para mim e que hoje, és tão nada que nem o teu próprio nome, que em tempos foi a minha palavra predilecta, tem lugar no meu vocabulário.
*O pior é saber que mesmo sem fazer parte do vocabulário, fará sempre parte de mim