04 dezembro, 2011

filha de Pai

Quando é que vais perceber que eu mesmo crescendo serei sempre a tua menina? Mesmo um dia sendo mãe, serei tua filha. Quando é que vais entender que nem milhares de terceiros me afastarão de ti? Tu estás em mim, desde os genes ao apelido. Quando é que vais encaixar que aconteça o que acontecer eu serei sempre a mesma princesa? O teu reino será sempre a minha casa. Não gosto que me trates como uma criança que não sabe andar sem mão. Não gosto que penses que me podes ter numa redoma de vidro em que só tu decides quem e o que pode entrar. Não gosto que metas ideias na tua cabeça que sabes que no fundo não encaixam em mim. Não gosto que sejas bruto comigo quando sabes que eu contigo serei sempre sensivel. Não gosto do que dizes e como dizes quando elaboras filmes, que não existem, na tua cabeça. Eu sei que esse teu lado de pai é assim, leão selvagem e protector da sua cria, mas tanta selva a mim faz-me mal. ''Eu tenho que te proteger''- então protege-me menos. Ama-me sempre, mas deixa-me estar com a vida. A vida é minha, e se eu não a viver, aí sim terás falhado no teu dever. E mesmo que a vida me leve para cantos longe dos teus, nunca esqueças que mesmo quando a tua casa for um caixão, continuarei a chamar casa àquela onde um dia estive contigo.