17 junho, 2011

em que tempo te posso conjugar?

Dou por mim a falar de ti e a ficar encalhada na forma de te conjugar. Fico presa entre o é, o foi e o vai sendo. Mas se pensar bem, não foste, porque foi é passado que já se encerrou, e tu nunca quiseste ser encerrado. Mas também não és, visto que te recusas seriamente a ser presente. Não és nem foste, vais sendo. E o vai sendo é um tempo que eu nunca percebi nem gostei. É um tempo que se diz que não é passado nem presente, é intermédio. Não deu nem dá, vai dando. Não parou nem anda, vai andando. Não acabou nem continua, vai estando. Em português bem falado, serias considerado Pretérito Imperfeito. E amor, eu de pretéritos não percebo nada mas tenho a certeza que já estás a ser imperfeito em demasia. E para ser sincera, sempre entendi isto da seguinte maneira: Passado leva ao Presente que leva ao Futuro. Por isso pergunto-te: se não queres ser encerrado e logo não foste mas também nem queres realmente ser, onde é que pretendes chegar? É que não vejo qualquer Futuro nesse teu Pretério-Mais-Que-Imperfeito.